Histórico

O Departamento de Bioquímica Médica, que integrava o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi criado em 1966, mas somente teve a forma de um importante centro de pesquisa 12 anos mais tarde, com a chegada do professor Leopoldo de Meis e sua equipe. Naquele tempo, a equipe era constituída por três pesquisadores seniores e uns poucos estudantes de graduação. Desde então, o Departamento cresceu consideravelmente.

Em 1999, o Departamento de Bioquímica Médica, alicerçado em sua sólida trajetória acadêmico-científica e no planejamento de metas e objetivos a serem consolidados nos próximos anos, deu início a um processo visando sua transformação em Instituto, como Órgão Suplementar da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde então, o processo, que contou com o apoio entusiasmado de todo o corpo docente do Departamento, percorreu todas as instâncias devidas na estrutura universitária, tendo sido aprovado, sempre com pareceres extremamente favoráveis, na Congregação do Instituto de Ciências Biomédicas, na Câmara de Pós-Graduação e no Conselho de Centro do Centro de Ciências da Saúde, e no CEPG. Após alguns anos de tramitação do processo, finalmente em Dezembro de 2004, foi criado o Instituto de Bioquímica Médica.

Hoje em dia, o IBqM já é um Órgão Suplementar e ocupa três blocos do Centro de Ciências da Saúde além de um setor no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. O IBqM congrega 49 docentes distribuídos entre 23 laboratórios com uma população total que inclui técnicos, estudantes de pós-graduação e de iniciação científica, perfazendo um total de cerca de 500 pessoas. Esta população predominante jovem com um constante fluxo de cientistas visitantes transformou o Departamento em um estimulante local de trabalho.

O IBqM segue essencialmente o modelo do antigo Departamento de Bioquímica Médica. Os laboratórios são as unidades operacionais independentes chefiados por pesquisadores seniores que supervisionam a pesquisa e o treinamento de estudantes. Exceto por verbas comuns, tais como as de despesas gerais e outros subsídios institucionais, cada laboratório é financeiramente independente.  Os chefes de laboratórios adquirem esse status após preencherem certos requisitos que levam em conta a publicação de artigos científicos em periódicos de alto impacto cujos resultados foram obtidos no Brasil, a orientação de estudantes de pós-graduação e captação de recursos financeiros.

Ao longo dos anos, o IBqM alcançou prestígio nacional e internacional através da qualidade de seu trabalho nas áreas mais desenvolvidas da Bioquímica tais como: Membranas Biológicas e Transporte; Bioenergética; Contração Muscular; Toxinas; Química de Proteínas, Dinâmica e Termodinâmica; Glicobiologia; Bioquímica de Insetos; Bioquímica de Schistosoma mansoni; Inflamação; Imunologia Tumoral; Estrutura de Vírus; Bioquímica de Leveduras; Biologia Molecular de Plantas; Expressão de Proteínas Recombinantes; Doenças Neurodegenerativas; Bioquímica de Extremófilos, dentre outros.

O IBqM é organizado sob a forma de Programas que reúnem os laboratórios de acordo com as afinidades temáticas. No momento, o IBqM conta com seis Programas: Biologia Estrutural; Biologia Molecular e Biotecnologia; Glicobiologia; Bioquímica e Biologia Celular; Oncobiologia e Educação, Gestão e Difusão de Biociências, conforme esquema abaixo. Este último, é um desdobramento recente de uma das áreas de concentração de nosso Curso de Pós-Graduação em Química Biológica, e que já vem obtendo reconhecimento nacional nas áreas de avaliação e formulação de políticas científicas e educacionais, além da difusão e popularização da ciência. Os Programas são altamente dinâmicos e um docente pode participar de mais de um Programa se assim o desejar.

No ensino há sempre uma preocupação constante com as novas técnicas de divulgação da Bioquímica e Ciências em geral. Esta preocupação gerou um novo grupo de trabalho concentrado exclusivamente em Educação em Bioquímica. Uma das importantes atividades de extensão deste grupo são os Cursos de Férias, oferecidos há mais de duas décadas a professores das redes públicas e privada de ensino, bem como para estudantes do ensino médio. Os Cursos de Férias acabaram por estimular a criação de um curso de pós-graduação lato sensu, um dos únicos, senão o único curso desta categoria oferecido pela UFRJ gratuitamente. Ainda, como um segundo desdobramento desta iniciativa junto aos professores das redes de ensino fundamental e médio, o curso de pós-graduação em Química Biológica apresenta hoje uma área de concentração em Educação, Gestão e Difusão em Biociências, onde dezenas de dissertações e teses já foram aprovadas, todas elas voltadas para avaliar a questão do ensino no país, bem como as políticas científicas e as estratégias de divulgação do conhecimento científico junto à sociedade.

Outro projeto de destaque é o “Jovens Talentosos” que visa engajar jovens carentes com talento para a pesquisa nos laboratórios do Instituto, oferecendo acompanhamento na escola e bolsas de estudo constituindo, dessa forma, a única oportunidade de ascensão para muitos desses jovens.

Além disso, o IBqM nos últimos anos também se envolve na confecção de novos materiais para o ensino de graduação. Como exemplos, pode-se citar os seguintes materiais:

  • video e DVD: “A Mitocôndria em Três Atos”
  • gibis: “O Método Científico” e “A Alma da Matéria”
  • livros: “Introdução à Biologia Molecular”; “Hormônio e Metabolismo: Integração e Correlações Clínicas” (Editora Atheneu)
  • teatro: “O Método Científico