Publicado em 23/07/2016

IBqM lança manifesto contra a extinção MCTI

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M A N I F E S T O

O Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis da UFRJ, através de seu Conselho Deliberativo, vem se manifestar, juntamente com várias instituições de pesquisa e de ensino do Brasil, contra a fusão do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) com o Ministério das Comunicações.

O MCTI, criado há mais de 30 anos, teve um papel fundamental para impulsionar o desenvolvimento cientifico e tecnológico do Brasil, o que foi decisivo para fomentar os avanços científicos já conquistados em áreas como saúde, agricultura, engenharia, defesa, sociologia, urbanismo, construção e tantas outras. As conquistas tecnológicas e sociais no campo da comunicação também são fruto da atuação marcante do MCTI, que, tendo papel transversal, contribui para diversos outros ministérios. Em tempos de crise, reduzir o papel crucial deste Ministério para a soberania nacional e desenvolvimento social do país, coloca o Brasil em situação de ainda maior vulnerabilidade. É notório que outros países, mesmo em tempos de crise econômica, aumentaram os investimentos em CTI como estratégia para a superação da crise. O Brasil, portanto, deve fortalecer as ações já implementadas pelo MCTI e consolidar os esforços de toda a sua comunidade científica que, neste momento, se une para dizer não a essa fusão catastrófica.

O MCTI e o Ministério das Comunicações têm missões distintas, como deve ser, e objetivos que não são convergentes. O MCTI tem papel muito bem definido para fomentar, além da ciência brasileira, a competitividade do país na produção de conhecimento nas mais diversas áreas de pesquisa. Essa fusão tem em sua base uma visão estreita do que representa a pesquisa e a inovação para a soberania de um pais.

Essa fusão se configura como destruição permanente das conquistas históricas que o Brasil já teve no âmbito da CTI, constituindo-se em golpe fatal para a ciência brasileira, para a nova geração de cientistas e para a população brasileira, de forma ampla. Se consolidada, essa fusão extremamente equivocada comprometerá, de forma irreparável, as esperanças de superação da crise econômica, política e social instaurada no nosso país.

Entendemos portanto que é urgente manter o MCTI com sua missão específica, distinta da Comunicação. Juntamos aqui nossas vozes às da Sociedade Brasileira para ao Progresso da Ciência (SBPC), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e às de todos os órgãos que fomentam a ciência no Brasil, para que seja restabelecido, o quanto antes, o lugar legítimo e estratégico que a ciência, a tecnologia e a inovação ocupam na sociedade brasileira.