Acessibilidade de surdos em museus

Os museus são acessíveis aos surdos? Com este questionamento foi aberto o evento promovido pelo Projeto Surdos em parceria com a Casa da Ciência, ambos da UFRJ, no dia 10 de novembro de 2014.

A pesquisadora Julia Barral, da UFRJ, contou um pouco sobre a experiência de levar surdos do Projeto da UFRJ aos museus cariocas, incluindo relato sobre as principais dificuldades e a alegria dos participantes, todos surdos, em poder desfrutar de exposições científicas como as do Museu da Quinta da Boa Vista, do Planetário e outras mostras de arte como as exposições do pintor Salvador Dalí, no Centro Cultural Banco do Brasil, e do australiano Ron Mueck e suas fantásticas esculturas hiper-realistas, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Os participantes do Projeto da UFRJ, Bruno Baptista e Lorena Assis também relataram sobre essas experiências, sob o ponto de vista dos surdos, e ressaltaram as maiores dificuldades de compreensão de algumas dessas exposições que, em sua maioria, não são acessíveis aos surdos. Entre os pontos positivos, apontaram a oportunidade que tiveram na Casa da Ciência com acesso a celulares e QRCode que permite a eles o acesso a mais informações de forma lúdica.

A organização do evento trouxe, de São Paulo, Leonardo Castilho, monitor surdo do Museu de Arte Moderna. Segundo ele, lá existe uma infraestrutura mais adequada para receber visitantes surdos, cegos e cadeirantes. Ele trabalha há seis anos no MAM de São Paulo e contou detalhes de mostras nacionais e internacionais adaptadas aos deficientes.

Durante o evento, ainda falaram representantes de vários museus cariocas como o Nacional de Belas Artes, o da Geodiversidade, o Museu de Arte do Rio, o MAM e, por fim, houve um debate entre os 90 participantes que elogiaram muito a iniciativa de criação de um fórum que visa discutir maneiras práticas de maior acessibilidade.