Publicado em 30/04/2015

Alunos do IBqM são aprovados na PEW e HFSP

Tivemos neste mês de abril a jubilosa notícia sobre a aprovação de dois alunos do nosso Instituto no Pós doutorado dos programas da Pew Latin American Fellows e da Human Frontier Science Program (HFSP), que visam financiar a pesquisa científica dando a jovens cientistas a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos científicos, favorecendo assim o intercâmbio e colaboração entre pesquisadores de diferentes nacionalidades na busca de avanços de pesquisas na América Latina.

Os pós graduandos selecionados foram: Estefania Pereira Cardoso Azevedo, orientada pela Profª Debora Foguel e Co-orientada pelo profº Fernando Palhano na tese de doutorado intitulada "Papel da imunidade inata no desenvolvimento e progressão das amiloidoses" defendida em janeiro de 2015; e José Henrique Ledo Alves da Cunha, que defendeu também no mês de janeiro desse ano a sua tese de doutorado, com o título "Oligômeros do peptídeo β-amiloide induzem comportamento semelhante ao depressivo e déficit cognitivo em camundongos: possível papel da microglia" sob orientação do Profº. Sergio T. Ferreira.

Como essa conquista é mais do que especial, pois os únicos alunos contemplados do Brasil fazem parte do nosso Instituto, fizemos a seguir, uma entrevista com o José Henrique e Estefânia para conhecer sobre a linha de pesquisa que trabalham e as expectativas para essa nova jornada, além de saber também como esses alunos, seus amigos e familiares encaram essa maravilhosa conquista.

Portal Bioqmed: Boa tarde José e Estefânia. Primeiramente gostaríamos de parabenizar pela conquista. Essa vitória de vocês é um enorme orgulho para todos o Instituto de Bioquímica!
Obrigada por participarem da nossa entrevista.
Para iniciar, gostaríamos de saber qual a linha de pesquisa que vão trabalhar?

José Henrique: Vou seguir trabalhando na área de neurociências com foco na neurobiologia molecular e celular da depressão.

Estefânia: Aqui na Rockefeller university estou estudando como uma região do cérebro responsável primariamente pela memória controla um comportamento animal primordial: a procura pela comida.

Portal Bioqmed: Vocês vão seguir trabalhando no Brasil?

José Henrique: Acho que ainda é cedo para dizer, no laboratório que estou inserido os projetos são muito longos, mas tenho vontade de contribuir para ciência do meu país e portanto penso em voltar em algum momento. Penso que estudos relacionados à neurobiologia molecular e celular da depressão no Brasil ainda são muito incipientes, é uma área muito pouco explorada.

Estefânia: No Brasil, gostaria de continuar estudando comportamento animal, mas não somente relacionado a procura pela comida. Gostaria de realizar experimentos para tentar entender melhor como o sistema imune participa e modula conexões neurais importantes para realização de certas tarefas comportamentais.

Portal Bioqmed: Qual a expectativa em relação a essa nova etapa?

José Henrique: Acho que a expectativa é de uma nova fase de aprendizado, espero que esta fase sirva para me tornar um cientista melhor, não diria completo porque poucos são, mas talvez mais próximo disso. Trabalhar com alguém que recebeu o prêmio Nobel está sendo um privilégio.

Estefânia: Sou otimista, então tenho expectativas que esses anos fora me tragam bons frutos! Fiquei extremamente feliz em receber a notícia de ter ganhado a bolsa da HFSP, que é super competitiva. E claro, não poderia deixar de comentar que foi uma vitória em dobro, pois meu marido ganhou a bolsa da Pew. Essa boa surpresa nos motiva ainda mais a trabalhar!

Portal Bioqmed: A repercurssão dessa vitória dentro do IBqM surpreendeu vocês?

José Henrique e Estefânia: Totalmente, não entre os amigos, mas entre os professores. De todo modo, posso dizer que, tanto Estefania como eu, representamos o nome do instituto, isso não vai mudar nunca, é um laço que não tem como apagar porque foi onde nós nos formamos, e se você pensar, os únicos contemplados do Brasil este ano vieram do mesmo Instituto, isso deve significar alguma coisa, certo?

Portal Bioqmed: Qual foi a impressão de seus familiares?

José Henrique: Bom, nem todos entendem muito bem, mas apoiam bastante e ficaram muito felizes.

Estefânia: Meus familiares não entendem a importância de ganhar uma bolsa de pós-doutorado, mas ficam felizes sempre pelas nossas conquistas pois sabem que são importantes para nosso desenvolvimento científico - seja esta conquista uma bolsa da HFSP ou um experimento que deu certo.

Realizado por Pollyana Barcelos para o portal BIOQMED.