Publicado em 25/06/2021

Lançamento do livro “A teimosia das Ciências”

 

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Press Release

Título do livro: A teimosia das Ciências

Organizador: Fábio Rapello Alencar

Autores: vários

Editora: Frapello Publising

Formato (impresso): 16 x 23 cm

Páginas: 154

 

Lançamento do livro “A teimosia das Ciências”

O fazer científico, no Brasil, é um desafio para todos os profissionais, principalmente para os iniciantes. Conscientes dessas questões e buscando superar as limitações para cursar um pós-graduação de alto nível, com docentes qualificados e estrutura adequada, os alunos de mestrado e de doutorado do Programa de Educação, Gestão e Difusão em Ciências (PEGeD), do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), resolveram organizar um livro para disponibilizar uma parte de seus estudos e pesquisas tanto para o público acadêmico, como para o público leigo. Daí nasceu o livro “A teimosia das Ciências”.

Em versão digital e impressa, a publicação será disponibilizada no site do IBqM/UFRJ para os leitores interessados. Os textos, escritos pelos discentes do mestrado acadêmico, outros do mestrado profissional e, também, do doutorado, tratam de temas que vão desde os aspectos relacionados às artes, ao cinema, à educação, aos ligados a questões atualíssimas, tais como o ensino remoto, a situação prisional e as implicações da COVID-19 na sociedade, além de experiências pessoais de vida. São no total oito capítulos que tratam dos mais variados assuntos, todos dentro do escopo do PEGeD/IBqM/UFRJ.

No capítulo 1, Gabriela Reznik nos apresenta, no texto “Ciência na animação autoral brasileira: reflexões sobre cinema e educação, a função pedagógica do cinema”, a ampliação dos horizontes e o estímulo a novos saberes e descobertas a partir de uma nova estética, alargando, assim, a visão de mundo do espectador. A autora trata especificamente do cinema de animação brasileiro, apresentando obras de referência da cinematografia nacional e o seu caráter pedagógico.

Em “Metrópolis: um diálogo entre arte e Ciência no cinema de ficção científica”, no capítulo 2, Victoria Borges, traça alguns paralelos na relação entre arte e Ciência, sob a perspectiva da ficção científica, na obra cinematográfica Metrópolis, do cineasta alemão Fritz Lang, de 1927. A autora apresenta aspectos que demonstram a importância do filme na construção de elementos narrativos, a partir de contextos sociais e históricos bem específicos.

Já no capítulo 3, em “Conhecendo o mundo para se autoeducar”, Fábio Rapello Alencar procura, através da análise das mudanças sociais ocorridas nos últimos 20 anos, traçar um paralelo entre a influência do sistema neoliberal na sociedade brasileira e a lógica atual, caracterizada pelo egoísmo e consumo exacerbado. O autor sugere que a educação seria o melhor caminho para reverter essa mentalidade e contribuir para a emancipação do indivíduo e para o desenvolvimento da sociedade.

Raquel Leal, em “Universidade do Brasil e o Brasil que ela representa: relação com seu vizinho e relato de uma estudante”, no capítulo 4, nos traz sua experiência de vida, como moradora de uma área carente – Complexo da Maré –, vizinha à maior universidade brasileira – a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A autora descreve sua trajetória de vida, com todos os percalços e vitórias até alcançar seu objetivo: cursar pós-graduação em um programa de alto nível. A partir de sua experiência e de sua visão de mundo, nos fala como é estar tão próxima de uma das maiores geradoras de conhecimento do Brasil e da relação dela com seus vizinhos.

No capítulo 5, em “O ensino remoto e os invisíveis do processo: professores e alunos sem internet, sem computador, sem celular… sem acesso”, Roseday Nascimento analisa alguns aspectos da influência da COVID-19 nos processos pedagógicos e como as soluções encontradas podem ser nocivas aos alunos e professores. A autora cita as normas criadas, na esfera federal, para dar suporte a esses desafios e expõe como as tecnologias de informação e comunicação estão sendo utilizadas. Mostra também como essa nova dinâmica afetou os professores, que precisaram se reinventar e buscar alternativas para atender às necessidades dos alunos. Como diz Roseday: “Ser educador neste país é desafiador!”

Tratando sobre a tuberculose no sistema prisional brasileiro, Marcelo de Souza Corenza, faz, em “Tuberculose no sistema prisional brasileiro: perfil das políticas públicas”, no capítulo 6, um alerta das condições nas quais se encontram os apenados nas cadeias em território nacional. O autor nos apresenta, também, um resgate histórico das influências na construção nacional dos presídios, por meio da legislação relacionada, desde sua criação até os dias de hoje. Traz, também, dados atuais com o perfil dessa população e de sua exposição à tuberculose e a outras enfermidades, denunciando a negligência do Estado em relação a essa parcela da sociedade.

Em “Invenções e inovações: como o Brasil busca o mundo do amanhã?”, Andréia Galinda e Larissa Medeiros nos apresentam, no capítulo 7, os conceitos de descoberta, invenção e inovação, tão caros e necessários nos dia de hoje e, ao mesmo tempo, tão confundidos entre si. A partir desses esclarecimentos, as autoras refletem sobre a importância da inovação para qualquer sociedade que pretenda ser desenvolvida. Apontam, ainda, como, sob a perspectiva inovadora, se pode alcançar benefícios econômicos e sociais para os cidadãos, por meio de políticas de estímulo à educação científica e tecnológica.

E, por último, no capítulo 8, Valquiria Barros, nos apresenta em “Pandemia e produtividade acadêmica: uma reflexão sobre a desigualdade de gênero”, algumas considerações sobre o reflexo da disseminação do vírus da COVID-19 nos resultados da produção acadêmica das mulheres pesquisadoras. A partir de um alerta da ONU Mulheres, a autora reflete sobre os papéis sociais atribuídos historicamente ao gênero feminino no Brasil, apontando como a clássica oposição entre as categorias natureza e cultura, nesse processo, em vez de se antagonizarem, se complementam, amparando-se no discurso biológico para justificar a inferioridade feminina ocultando a “perversa dinâmica social brasileira de herança colonial” que oprime e sobrecarrega as mulheres brasileiras.

De modo algum, os textos esgotam as possibilidades de estudo sobre os temas apresentados pelos autores. Antes de qualquer coisa, a intenção foi destacar os objetos das pesquisas, de modo a estimular outras abordagens, e que possam contribuir para uma compreensão mais ampla deles e da nossa sociedade. O objetivo, com essa pequena contribuição, é estimular outros estudantes e, quiçá, outros pesquisadores, a ampliar os estudos aqui apresentados.