Publicado em 06/06/2013

Vencedor de Prêmio Nobel, Kurt Wüthrich participa de evento na UFRJ

No último dia 3 de maio, o cientista suíço Kurt Wüthrich, ganhador do prêmio Nobel de Química em 2002, abriu o ciclo de palestras “Landmarks in Biochemistry”, promovido pelo Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ. Wüthrich é titular da cátedra de Biologia Estrutural no Instituto de Pesquisa Scrips em La Jolla, Califórnia, EUA, e é professor de Biofísica na Escola Politécnica Federal de Zurique (ETH). Suas áreas de pesquisa são a biologia estrutural e o genótipo estrutural.

Na palestra, intitulada “My life as a scientist”, o pesquisador falou sobre sua vida pessoal, sobre a origem de sua família, bem como comentou alguns fatos que o levaram a se dedicar à ciência. Além disso, Wüthrich explicou alguns detalhes do trabalho que o fez ganhar o Prêmio Nobel – o desenvolvimento da espectroscopia de ressonância magnética nuclear para determinar a estrutura tridimensional de macromoléculas biológicas em solução.

O cientista suíço cresceu em uma família de fazendeiros, e foi o primeiro a ter um diploma universitário. Curiosamente, a primeira formação dele foi de professor de esporte. Wüthrich também é membro da Mercury Bay Game Fishing Club, na Nova Zelândia. Ele fez questão de frisar que toda essa experiência foi fundamental para melhorar sua maneira de lidar com a ciência.

O pesquisador comentou com o público presente que alguns fatores foram importantes para sua formação como cientista: aprender matemática, línguas e física. Os esportes o fizeram entender melhor a física, e isso o ajudou em todos os trabalhos subsequentes.

Ao seu perguntado sobre o que o Brasil deve fazer para ganhar um prêmio Nobel, Wüthrich respondeu que o mais importante é que haja tradição e continuidade na pesquisa em ciência. “Nos últimos dez anos, houve muitos altos e baixos na ciência feita no Brasil. A conquista de um prêmio Nobel demora, exige estabilidade. É necessário muita organização e infraestrutura, algo que o Brasil está conseguindo aos poucos”, afirmou.

Como mensagem final a todos os pesquisadores e alunos presentes, Wüthrich disse: “Vocês devem se divertir enquanto produzem ciência, mas também trabalhar ao máximo, pois nada vem de graça”.

Wüthrich atuará pelos próximos três anos como pesquisador visitante da UFRJ, participando do programa “Ciência sem Fronteiras”, onde se dedicará ao desenvolvimento da produção científica no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem (Inbeb).

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Kurt Wüthrich durante evento na UFRJ