Publicado em 27/10/2017

Aluno do IBqM é contemplado com o Prêmio CAPES de Teses – Edição 2017

O Prêmio CAPES de Teses foi criado em 2005 e consagra anualmente os melhores autores das teses defendidas no Brasil. O programa já contemplou 489 teses de doutorado, com a participação de 129 instituições do Brasil e um total de 5.626 teses foram inscritas no período de 2006 à 2016. Os critérios considerados para a seleção e premiação das teses levam em consideração a originalidade, a inovação e a qualidade do trabalho. Por isso, é com imensa honra que o IBqM comunica que o prêmio deste ano na área de Ciências Biológicas II foi concedido ao doutor Mychael Vinícius Lourenço do nosso Programa de Pós-Graduação em Química Biológica.
Mychel defendeu sua tese sob orientação do Prof. Sergio Ferreira e da Profa. Fernanda De Felice. Nosso doutor prodígio possui graduação em Ciências Biológicas (Genética - 2010), mestrado (2012) e doutorado em Química Biológica (2016) pela UFRJ. Atualmente está realizando seu pós-doutorado na UFRJ, continuando sua atuação na área de Neurociências.
Sua tese premiada foi intitulada "Mecanismos de estresse neuronal, disfunção sináptica e neuroproteção em modelos experimentais da Doença de Alzheimer" contribuiu imensamente para o avanço dos conhecimentos nesta área de pesquisa.
A cerimônia de entrega dos prêmios acontecerá em Brasília, no dia 07 de dezembro de 2017, no Centro Internacional de Convenções do Brasil - CICB, às 17 horas. Sua tese está concorrendo ainda ao Grande Prêmio CAPES de Teses.
O nosso Portal convidou o vencedor do prêmio Mychael Lourenço para uma entrevista, leia a seguir!
PORTAL BIOQMED. Parabéns pela premiação, Mychael! A princípio gostaríamos de saber quais foram as perguntas levantadas pelo seu trabalho e quais as questões vocês conseguiram responder com ele?
MYCHAEL LOURENÇO. O nosso objetivo nesta pesquisa foi entender quais os mecanismos que levavam às perdas de memória na doença de Alzheimer (DA), que afeta milhões de pacientes em todo o mundo. Infelizmente ainda não existe nenhum tratamento que consiga de fato reverter ou bloquear a perda de memória em pacientes com DA.
Nas últimas duas décadas tem se estudado uma conexão clínica entre a diabetes e DA, ou seja, tem-se observado que o paciente que apresenta um quadro de diabetes ao longo de sua vida tem maiores chances de desenvolver Alzheimer ao longo do tempo. Assim, temos mostrado aqui em nosso laboratório que os mecanismos moleculares e bioquímicos que estão envolvidos na patogênese da diabetes em tecidos periféricos (fígados e músculos) são muitos semelhantes ao que acontece com a DA no cérebro. Nossa primeira pergunta foi tentar entender se esses mecanismos que estão acontecendo no cérebro levariam a uma perda de memória.
Nós usamos modelos de animais para Alzheimer, como camundongos injetados e animais transgênicos. Com isso, observamos que mecanismos associados à (i) resistência a insulina e à (ii) redução da síntese proteica no cérebro levam à perda de memória na DA. Essa foi a primeira parte do meu trabalho, publicado em 2013 e que teve uma repercussão interessante. Além disso, trabalhos de outros grupos também confirmaram essa associação.
Sabendo então que existe uma associação bioquímica e molecular entre DA e diabetes, a nossa pergunta foi "será que medicamentos antidiabéticos conseguiriam tratar a perda de memória em modelos de DA?". Essa é a segunda parte do meu trabalho, nós utilizamos desde a insulina até antidiabéticos de nova geração e observamos que esses medicamentos realmente conseguiam reverter perda de memória na DA em camundongos que apresentavam os sintomas da doença. Esse resultado é interessante porque já existiam algumas evidências nesse sentido na literatura, mas a novidade foi que esses medicamentos atuavam bloqueando a sinalização tóxica e anormal que acontece no cérebro na DA, o mesmo acontece nos tecidos que são resistentes à insulina na periferia (fígado e músculo). Essa foi nossa segunda abordagem e foi muito interessante porque juntou um grupo de evidências que nosso laboratório já vinha mostrando, ou seja, de que os antidiabéticos são neuroprotetores e que possuem eficácia no cérebro. Isso inclusive estimulou a realização de testes clínicos em pacientes. Atualmente temos um teste clínico enorme com a insulina em vigor nos Estados Unidos e dois outros testes clínicos, na Europa e nos Estados Unidos, com antidiabéticos de nova geração. Os resultados devem sair nos próximos anos... Nós fazemos uma pesquisa que é mais translacional: partimos dos mecanismos básicos de biologia celular e bioquímica, tentando levar isso ao mais próximo possível do organismo humano, que é altamente complexo.
Por fim, a última parte do meu projeto foi tentar entender se os exercícios físicos que também são conhecidos por seus efeitos benéficos, tanto no cérebro quanto no controle do metabolismo periférico, poderiam neuroproteger e quais seriam os mecanismos envolvidos nessa neuroproteção contra perda de memória durante os exercícios. Descobrimos que o exercício é um importante agente neuroprotetor contra perda de memória em modelo de DA e isso está de acordo com algumas evidências dos pacientes. Pacientes com DA que se exercitam têm menor declínio da memória! Nós também identificamos que uma proteína recentemente implicada nos efeitos do exercício, chamada irisina, é importante para neuroproteger o cérebro. A irisina é um hormônio que foi descrito há  5 anos como regulador do metabolismo periférico, sendo que ela também está presente no cérebro. E nós observamos que a irisina produzida durante o exercício atua no cérebro para proteger contra a sinalização aberrante e defeituosa que acontece no cérebro com Alzheimer e, principalmente, para proteger contra a perda de memória. Com isso, mostramos que o exercício físico e esse hormônio derivado do exercício protegem o cérebro contra perda de memória e contra os mecanismos associados à DA.

PORTAL BIOQMED. E existem dados de pacientes que tem DA e diabetes em que, de alguma forma, os antidiabéticos funcionam para melhorar a memória na prática?

MYCHAEL LOURENÇO. Essa é uma ótima pergunta! Dependendo da classe de medicamento antidiabético existem dados (ou não). O medicamento mais comum é a metformina, cujos dados da literatura são conflituosos, uma vez que há quem diga que ela funciona -- e há quem diga que não. Mas os primeiros testes clínicos melhor organizados estão sendo feitos agora para confirmar se realmente existe uma neuroproteção por esses medicamentos antidiabéticos. Essa história molecular é muito nova, ela tem no máximo 9 anos. Por isso, até chegar ao teste clínico, está demorando um pouco.

 

PORTAL BIOQMED. E vocês chegaram a realizar estudos se uma doença podia induzir a outra?

MYCHAEL LOURENÇO. Sim. Existem dados epidemiológicos na literatura mostrando que pacientes com diabetes têm mais chances de desenvolver DA e pacientes com DA têm alterações periféricas que são características do diabetes periférico. Nosso laboratório também mostrou anteriormente que a insulina parece ter um papel protetor em DA.

PORTAL BIOQMED. E como exatamente a insulina atua na DA?
MYCHAEL LOURENÇO. A insulina atua diminuindo a interação de oligômeros com os neurônios. Os oligômeros beta são toxinas que estão fortemente associadas à perda de memória na DA. Pacientes com DA tem mais oligômeros no cérebro e mais oligômeros ligados às sinapses. Isso parece ser uma causa importante da perda de memória no paciente. A insulina atua diminuindo a possibilidade de interação dos oligômeros com os neurônios. Por meio de sinalização dos neurônios, ela estimula que eles removam esses oligômeros da sua superfície. Ou seja, diminuem o número de receptores para esses oligômeros. E o que estamos observando agora, que faz parte do meu projeto, é que a irisina, que está relacionada ao exercício, faz a mesma coisa! Ou seja, diminui a interação dos oligômeros com os neurônios.

PORTAL BIOQMED. Os outros antidiabéticos também funcionam da mesma forma? Vocês testaram?

MYCHAEL LOURENÇO. Sim, testamos. Inclusive, isso é parte do projeto de doutorado de outro aluno, no qual mostra que esses outros agentes antidiabéticos também atuam de forma similar. Mas isso não é tudo, porque essa proteção não é total, não são todos os oligômeros que deixam de ligar. Por outro lado, existe um estímulo de sinalizações que são conhecidas por facilitarem a memória. Então, a sinalização por AMP cíclico e atividade de PKA são importantes para que se tenha formações de memórias... e a irisina estimula a sinalização por AMP cíclico. A liraglutida, um medicamento antidiabético, atua da mesma forma. Um trabalho anterior do laboratório mostrou que a insulina, embora não ative AMP cíclico, é importante para a memória. Tentamos testar essas abordagens antidiabéticas com estimulantes de memória pró-cognitivos.

 

PORTAL BIOQMED. Estamos interessados em conhecer um pouco mais sobre sua trajetória acadêmica, você começou aqui na UFRJ?

MYCHAEL LOURENÇO. Sim, eu fiz biologia na UFRJ e desde meu primeiro período na graduação iniciei iniciação científica. Eu fiz um estágio curto antes e na época trabalhava com diferenciação de células tronco neurais, logo depois mudei de estágio e vim para o laboratório do Prof. Sergio Ferreira, onde comecei trabalhando com caracterização estrutural de neurônios. No mestrado, continuei no laboratório do Prof. Sergio Ferreira sendo orientado por ele e pela Profa. Fernanda De Felice (IBqM). Nós começamos a investigar mecanismos relacionados ao estresse celular, ao estresse do retículo endoplasmático e à resistência à insulina induzidos em modelos de DA. Meu trabalho do mestrado foi realizado em cultura de células de neurônios primários. Nele também começamos algumas tentativas de fazer experimentos em animais. Mas foi somente durante meu doutorado que consegui concluir meu trabalho de mestrado, que inclusive faz parte da minha tese. Tivemos, em 2013, um artigo publicado na Cell Metabolism, que foi escolhido para a capa da revista e que nos deixou muito orgulhosos! Nesse período, concluí o trabalho que comecei durante o mestrado e continuei com o trabalho do exercício e da irisina. Agora estamos tentando publicar esse artigo.

Estou no IBqM desde minha iniciação científica (em 2008/2009) e sou muito feliz por ter sido orientado pelo Prof. Sergio e pela Profa. Fernanda. O laboratório é muito interessante porque não é tão grande. Temos pessoas de origens diversas e essa interação com as pessoas foi muito importante para minha formação científica; e ainda é. Defendi meu doutorado em Março de 2016 e continuo aqui no meu pós-doutorado. Durante o doutorado, tive a oportunidade de passar alguns meses em um laboratório em Nova York. Essa foi uma experiência excepcional para que eu pudesse estar aqui hoje e pudesse otimizar minha forma de pensar e de fazer ciência. Eu me sinto muito estimulado pelo IBqM, pelo Prof. Robson Monteiro, em participar de congressos internacionais. Em alguns deles, eu fui selecionado para fazer apresentações orais, o que me deu uma experiência interessante. Também colaborei com outros trabalhos aqui do IBqM e fico feliz que esses trabalhos, especialmente os que liderei, têm sido reconhecidos internacionalmente com prêmios, citações e destaques. Foi esse ambiente único que me proporcionou isso!

 

PORTAL BIOQMED. Quais pessoas contribuíram com o desenvolvimento do seu trabalho e tese?

MYCHAEL LOURENÇO. Obviamente tenho que falar os meus orientadores, o Prof. Sergio e a Profa. Fernanda sempre foram excepcionais para que esses trabalhos fossem realizados: devo muito a eles! Tenho muito a dizer também do Prof. Robson, que foi um coordenador muito proativo e muito interessado em ajudar os alunos. Ele sempre me estimulou a resolver os problemas a tempo. O Prof. Claudio Masuda foi meu revisor de dissertação de mestrado e foi essencial pelas discussões que tivemos. Acredito que o Prof. Claudio é um cientista com um pensamento muito interessante. O Prof. Mário, que faleceu recentemente, era diretor do IBqM, e também ele sempre me estimulou e me convidou para várias iniciativas do instituto. Ele tinha uma visão muito abrangente da ciência.

 

PORTAL BIOQMED. Em relação às experiências adquiridas, quais foram as que você vai guardar?

MYCHAEL LOURENÇO. O doutorado foi um período muito interessante para mim. Sei que ele pode ser tenso para algumas pessoas, mas sempre digo para os meus colegas que eu me diverti durante meu doutorado. Foi uma época de muito trabalho, mas sempre busquei me formar como um pesquisador mais completo me inspirando em pessoas que considero ótimos cientistas, tentando identificar quais qualidades e habilidades essas pessoas possuíam a fim de aprender. Além de saber desenhar bem um experimento científico, que considero essencial, procurei participar de tarefas burocráticas e administrativas porque sabemos que os docentes devem saber disso muito bem. Assim, procurei também aumentar minha rede de colaborações até mesmo com pessoas que trabalhavam em campos diferentes. Participei de congressos internacionais porque sabemos que são essenciais para gerarmos trabalhos mais interessantes. Trabalhei muito experimentalmente e fiz muitas disciplinas, mas considero que a formação além da bancada tenha sido particularmente importante.

 

PORTAL BIOQMED. E quais as maiores dificuldades encontradas?

MYCHAEL LOURENÇO. Acredito que os cientistas no Brasil são muito capazes, embora tenhamos muita dificuldade técnica e financeira. Temos pouco dinheiro para fazer ciência e muita dificuldade em importar reagentes. A maior dificuldade que tive foi me propor a fazer a melhor ciência possível com o pouco que tinha e às vezes tentar quebrar barreiras para fazer o que não tinha, mesmo que fosse através de uma colaboração internacional.

Acredito que não podemos olhar para os artigos publicados por núcleos de universidades como Harvard em periódicos de alto impacto e dizer "Não podemos fazer isso"... Foi isso que aprendi em meu doutorado: que devemos tentar fazer isso de alguma forma, utilizando as melhores técnicas e abordagens, mesmo que tenhamos que gastar o dobro, ou triplo de energia. Chegar no ponto de conseguir ir até o limite do que o nosso dinheiro impõe foi minha maior dificuldade.

 

PORTAL BIOQMED. Em relação à dificuldade do apoio financeiro, isso refletiu em seus resultados obtidos de alguma forma ou você realmente conseguiu driblar essas dificuldades?

MYCHAEL LOURENÇO. Eu fui muito feliz e sortudo de estar no meu doutorado em um período em que o financiamento estava indo muito bem. O financiamento no Brasil nunca se comparou ao de países como EUA, mas tínhamos um apoio financeiro que me permitiu ousar um pouco mais. Atualmente a situação é o oposto disso, os recursos estão cada vez mais escassos e isso torna nossa pressão pelo financiamento maior... e também aumenta nossa criatividade para continuar fazendo ciência boa com o que temos! Precisamos ser mais criativos ou, no mínimo, sagazes para estabelecer a rede de colaborações que precisamos e não deixarmos o trabalho parar. Com isso não estou dizendo que estamos fazendo a ciência de melhor qualidade do mundo, mas estamos fazendo o melhor que conseguimos com o pouco dinheiro que temos. Mas não foi somente o dinheiro que ajudou, o espírito colaborativo do ambiente do laboratório também foi essencial. O próprio IBqM tem esse espírito colaborativo como um todo. Eu falo com muito orgulho que nosso trabalho publicado na capa da Cell Metabolism foi feito 80% no Brasil. Isso é muito bom porque mostramos que conseguimos fazer ciência que é internacionalmente aceita e interessante!

 

PORTAL BIOQMED. E você ficou surpreso com o prêmio CAPES? Qual a importância desse prêmio?

MYCHAEL LOURENÇO. Eu realmente fiquei surpreso! Primeiro com a indicação da pós-graduação e ainda mais com o resultado: nós ganhamos! Eu vi vários colegas de muitas partes do Brasil com trabalhos muito bons, também frutos desse momento favorável na ciência que tivemos no Brasil. Hoje tenho vários amigos fora do país que estão fazendo pós-doutorado ou estabelecendo seus próprios laboratórios. Com isso vemos que a capacidade dos brasileiros é muito boa. Acredito que a premiação da CAPES foi um reconhecimento interessante. Foi fruto de um trabalho duro que estabelecemos nos últimos anos. É uma premiação que pode me dar mais oportunidades por que quero continuar trilhando esse caminho científico pele resto da minha vida.

 

PORTAL BIOQMED. Qual diferencial você acredita que o seu trabalho tinha e que o permitiu ganhar o prêmio?

MYCHAEL LOURENÇO. Essa é uma pergunta difícil de responder, eu sei que é um prêmio muito concorrido, existem diversas pós-graduações excelentes no Brasil. Mas um diferencial da minha tese é exatamente a tentativa de trabalhar com a questão translacional, ou seja, a gente sai desde a cultura de células e tentamos aproximar o máximo possível da patologia humana. Realizamos trabalhos que requerem desde experimentos bioquímicos até a utilização de material de pacientes com DA. E como felizmente tivemos destaque internacional por esses trabalhos, isso acabou sendo reconhecido pela CAPES. A notoriedade das revistas que os trabalhos foram publicados foi uma questão de sorte também. Não basta você somente achar que é bom, porque tem muita gente boa ao nosso redor que infelizmente não tem muita sorte em chegar nesse nível, então acho que foi um conjunto de coisas. Mas principalmente acredito que a capacidade translacional desse trabalho foi reconhecida pela CAPES.

 

PORTAL BIOQMED. E quais são as perspectivas? O que você tem planejado para o futuro?

MYCHAEL LOURENÇO. Pretendo realmente continuar na carreira científica, atualmente sou pós-doutorando do laboratório! Tenho planos de passar um tempo fora do país. Mas isso não é porque quero me exilar do Brasil. Primeiro acho que é necessário e que todo cientista deve ter uma formação em outro ambiente de pesquisa. Eu tive duas oportunidades de sair do país e passar um tempo fora. Em NY e as pessoas fazem a ciência com outra cabeça. Observar as diferentes formas de pesquisa é importante para formação do cientista. Não estamos em um momento favorável na ciência aqui hoje, mas espero que isso se reverta em breve. Minha expectativa é poder, mesmo não retornando ao Brasil, ter laços científicos muito próximos com a ciência brasileira. Eu fui formado nesse instituto e o mínimo que posso contribuir é tentando (i) formar outras pessoas e (ii) devolvendo conhecimentos sob a forma de trabalhos com novos pensamentos científicos que levem o nome do Brasil também.
O resultado foi publicado no Diário Oficial da União de 10 de outubro de 2017, seção 1, páginas 09 a 14, Portaria n° 199, de 06 de outubro de 2017, disponível no link: http://capes.gov.br/CECOL/PortariaOutorgaPCT2017.pdf
Por Larissa Haerolde e Francisco Prosdocimi para o portal BIOQMED.