O Programa de Pós-graduação em Química Biológica tem como objetivo formar pesquisadores de alto nível científico, competentes e criativos experimentalmente e autônomos e inovadores na formulação de sua linha de pesquisa. Pretende-se que o pesquisador recém-formado seja capaz de propor um projeto de pesquisa inovador que se adeque às necessidades e possibilidades de pesquisa no País e que seja capaz de produzir novos conhecimentos, orientar e formar novos pesquisadores, além de comunicar os resultados em artigos científicos originais, publicados em revistas de qualidade, de circulação internacional. Integrada à sua missão básica de formar pesquisador está a responsabilidade de formação do professor de graduação, articulando, com a máxima organicidade, a competência científica e técnica, com a inserção política e a postura ética. Dotado de comprovada capacidade e habilidade didática, esse docente deverá ser capaz de pensar o curso de graduação como um espaço moderno no conteúdo e ser suficientemente dinâmico para acompanhar o avanço dos conhecimentos científicos na sua área. No exercício da educação, objetiva-se que ele não atue como um transmissor de informações, mas que seja capaz de fazer a ligação entre o conhecimento científico, sua história e sua atualidade com a sala de aula e o mundo profissional.

Como estratégia do programa para potencializar as atividades científico-profissionais, o regime de créditos foi construído a partir de um sistema com um mínimo de aulas formais e disciplinas obrigatórias. Créditos podem ser obtidos em discussões semanais de trabalhos em andamento, conferências proferidas por pesquisadores visitantes experientes, seminários em que os alunos analisam trabalhos publicados na sua área de pesquisa, participação em projetos de orientação e redação pelos próprios alunos de manuscritos que são submetidos para publicação em revistas de bom nível. Os poucos créditos obrigatórios estão vinculados diretamente ao trabalho de tese ou à atividade didática. Uma das medidas que podem ser usadas para avaliar o sucesso desta política é o número de trabalhos publicados tendo pós-graduandos como autores.

Dentre os créditos direcionados à capacitação didática, cada aluno deve lecionar bioquímica nos moldes descritos em cursos de graduação e/ou de pós-graduação lato sensu. Tipicamente, um aluno formado em nosso programa de pós-graduação obtém 13% de seus créditos em atividades didáticas (bem acima dos 4 a 6% que são obrigatórios). Outros créditos são obtidos em disciplinas formais, dentro e fora do Instituto de Bioquímica Médica.

Além da área de concentração em Química Biológica, a área denominada “Educação, Difusão e Gestão em Biociências” foi aprovada pela UFRJ em 1993 e pela CAPES em novembro de 1994. A implementação desta área refletiu uma necessidade do programa de se envolver na pesquisa educacional, da gestão científica e, também,com ações voltadas à produção e divulgação científica. Considerada como uma proposta ousada para a época, hoje é contemplada como uma das principais metas do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2005-2010). Este campo do conhecimento vem avançando dentro do Instituto, já tendo desenvolvido especificidade e perfil epistemológico próprios; requisito indispensável à constituição de uma área de conhecimento científico. A efetiva interação entre os setores acadêmico e não-acadêmico gera atividades solidárias e trabalhos cooperativos, que caracterizam a produção científica da área e ampliam o alcance de suas intervenções nos sistemas de ensino. Respeitando as exigências e a singularidade do domínio acadêmico, essa dinâmica enriquece e potencializa a pós-graduação, fazendo-a responder aos desafios de outras instâncias e níveis educacionais.