Macacos apresentam sintomas similares aos da Doença de Alzheimer
Um grupo de pesquisadores do IBqM foi capaz de observar, em cérebros de macacos, determinadas alterações cerebrais características de pacientes com a Doença de Alzheimer. Esse fato indica que os macacos da espécie Macaca fascicularis podem ser utilizados como modelos adequados ao estudo mais aprofundado da doença. O trabalho publicado abre novas possibilidades para o tratamento da patologia.
A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que acomete milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente idosos com idade superior a 60 anos. Nessa patologia, ocorre a morte das células nervosas e perda de tecido em todo o cérebro, ocasionando demência progressiva e incapacitação.
No estudo publicado pela pós-doutoranda Letícia Forny-Germano, do IBqM-UFRJ, com a participação dos alunos de doutorado Natalia Lyra e Silva e Andre Batista do IBqM- UFRJ e coordenado pela Profª. Fernanda De Felice, busca-se entender como a doença de Alzheimer se instala em um cérebro saudável através da observação dos efeitos da injeção de oligômeros nas cavidades naturais do cérebro (ventrículo lateral), local onde é produzido o líquido cefalorraquidiano, que banha todo o encéfalo.
Os pesquisadores observaram o acúmulo dos oligômeros injetados no córtex frontal, no hipocampo e em várias áreas associadas à memória e a aspectos cognitivos, tanto em cérebros de ratos quanto em macacos da espécie Macaca fascicularis.
Foram observados também danos nos cérebros dos macacos similares a danos encontrados nos cérebros humanos acometidos pela doença. Este é um dado novo e motivador, pois até os dias atuais não existiam estudos que reproduzissem, em outros primatas, os danos encontrados em cérebros humanos com a doença de Alzheimer.
O uso de primatas em pesquisa tem grande importância, já que nem sempre é possível observar todas as características de determinadas doenças em roedores. Esse evento pode ser a explicação para as inúmeras "falhas" em ensaios clínicos de novos fármacos. A estabilização de um modelo animal capaz de desenvolver as principais características da doença abre perspectivas não apenas para o melhor entendimento da patologia, como para o uso mais proveitoso dos animais na experimentação. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética das duas universidades envolvidas (UFRJ e Queen’s University).
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