Publicado em 04/11/2014

Macacos apresentam sintomas similares aos da Doença de Alzheimer

Um grupo de pesquisadores do IBqM foi capaz de observar, em cérebros de macacos, determinadas alterações cerebrais características de pacientes com a Doença de Alzheimer. Esse fato indica que os macacos da espécie Macaca fascicularis podem ser utilizados como modelos adequados ao estudo mais aprofundado da doença. O trabalho publicado abre novas possibilidades para o tratamento da patologia.

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que acomete milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente idosos com idade superior a 60 anos. Nessa patologia, ocorre a morte das células nervosas e perda de tecido em todo o cérebro, ocasionando demência progressiva e incapacitação.

No estudo publicado pela pós-doutoranda Letícia Forny-Germano, do IBqM-UFRJ, com a participação dos alunos de doutorado Natalia Lyra e Silva e Andre Batista do IBqM- UFRJ e coordenado pela Profª. Fernanda De Felicebusca-se entender como a doença de Alzheimer se instala em um cérebro saudável através da observação dos efeitos da injeção de oligômeros nas cavidades naturais do cérebro (ventrículo lateral), local onde é produzido o líquido cefalorraquidiano, que banha todo o encéfalo.

Os pesquisadores observaram o acúmulo dos oligômeros injetados no córtex frontal, no hipocampo e em várias áreas associadas à memória e a aspectos cognitivos, tanto em cérebros de ratos quanto em macacos da espécie Macaca fascicularis.

Foram observados também danos nos cérebros dos macacos similares a danos encontrados nos cérebros humanos acometidos pela doença. Este é um dado novo e motivador, pois até os dias atuais não existiam estudos que reproduzissem, em outros primatas, os danos encontrados em cérebros humanos com a doença de Alzheimer.

oligomeros

Oligômeros de beta-amiloide (em vermelho) no córtex
cerebral de macacos.

 

 

 

 

 

 

 

O uso de primatas em pesquisa tem grande importância, já que nem sempre é possível observar todas as características de determinadas doenças em roedores. Esse evento pode ser a explicação para as inúmeras "falhas" em ensaios clínicos de novos fármacos. A estabilização de um modelo animal capaz de desenvolver as principais características da doença abre perspectivas não apenas para o melhor entendimento da patologia, como para o uso mais proveitoso dos animais na experimentação. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética das duas universidades envolvidas (UFRJ e Queen’s University).

 

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